Uma declaração
Estou aqui escrevendo isso com a mente limpa. Para falar a
verdade não é possível imaginar um escritor de mente limpa. Não para mim. Mil
ideias surgem na cabeça de quem está escrevendo. Muitas delas sobre o que ele
gostaria de escrever. Poucas são do que ele realmente escreve. Mas quem sou eu
pra me intitular um escritor. Eu que não gostava de gramática, mas ficava que
fascinado com estórias contadas nos livros. Eu que sempre tive raiva das aulas
de português , literatura e redação, mas
pediu ao seu pai, como primeiro livro de aniversário, a “Antologia poética” do
Carlos Drummond de Andrade. Eu que sempre gostei mais de ciências do que letras
e línguas, mas poemas e poesias de protesto quanto as coisas erradas do mundo.
Eu que achava que tudo era explicado com física e matemática, mas que
expressava seus sentimentos em forma de poemas e poesias ou longos textos em
conversas na internet. Pois é. Não consigo me intitular um escritor.
Principalmente porque eu só escrevo quando estou triste, revoltado ou amargurado.
Ou quando quero expressar muito um sentimento. Mas hoje eu decidi escrever com
a mente limpa. Não limpa de meus anseios, meus medos, minhas frustrações e nem
de meus problemas. Não está limpa de meus sonhos, minhas alegrias e meus
amores. Ela está limpa das barreiras que eu me impus. Barreiras as quais não me
deixavam escrever. E hoje eu escrevo tentando ser quem eu sou. Não um escritor
ou um poeta. Mas alguém que escreve. E escreve para si. Escreve para se sentir
feliz. Para se completar. Pois mesmo essa pessoa que acredita na ciência e na
comprovação tem um coração que bate em seu peito, dói e tem fé. Tem uma mente
cheia de ideias mas com medos e tem esperança. É um ser humano cheio de falhas
mas que luta para que as qualidades se sobressaiam. E nesse exato momento esse
ser humano chora. Não de tristeza. Nem de alegria. Mas de alívio. Pois ele
percebe que é mais um nessa imensidão e que escreve. Enfim. Alguém que quer ser
ele mesmo!
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